Carta de despedida

Wellington Soares

O professor Wellington Soares divulgou nesta sexta-feira uma “carta de despedida” aos amigos salipianos. Soares, um dos idealizadores do Salão do Livro do Piauí, que este ano completa 10 anos, anunciou que sai da linha de frente do maior evento de literatura do Estado, porém continuará contribuindo com o Salipi. Ele informou que este ano ainda participa do evento e que será sua última participação.

Wellington Soares garante que não houve descompasso com a direção do evento e que foi por motivos pessoais como a dedicação exclusiva a revista Revestrés, que foi lançada recentemente.

“Cumprir a minha missão e os projetos culturais me chamam. O Salipi já está consolidado e é preciso renovar, entrar gente nova até mesmo para recriar o perfil do Salão”, disse Wellington Soares.

Veja  a carta na íntegra

Teresina, 08 de maio de 2012

Amigos salipianos,

Quando iniciamos o Salão do Livro do Piauí, não imaginávamos que o evento chegaria tão longe, hoje um dos melhores do Brasil e o mais importante do Estado no aspecto literário. Éramos apenas quatro professores apaixonados por livro e “sem dinheiro no bolso nem parentes importantes”. Com muita garra e determinação, transformamos sonho numa realidade cultural que enche os piauienses de orgulho. O mérito de tamanho sucesso não cabe somente a nós, tampouco aos que se juntaram ao projeto depois, mas aos que têm colaborado com o Salipi desde a sua primeira edição, em 2003: escritores, livreiros, imprensa, gestores públicos, empresários e sociedade em geral.

Gratificante é perceber que, ao completarmos 10 anos de existência, cumprimos todas as metas estabelecidas no começo: despertamos o hábito da leitura, possibilitamos o intercâmbio cultural entre autores locais e de fora, incentivamos o lançamento de livros e incrementamos o mercado livreiro da capital. Sem falar também de termos inserido o Piauí no circuito nacional do livro. Além disso, durante todos esses anos, apostamos na qualificação de professores das redes pública e particular com o Língua Viva, seminário na área de comunicação que deu origem ao Salipi e que o torna diferente das demais feiras de livros espalhadas pelo País.

De tudo que fiz na vida, o Salipi foi uma das atividades mais prazerosas e marcantes, daí ter me doado tanto em sua organização ao longo desse tempo. Embora não tenha obtido ganhos financeiros, até porque esse não era o objetivo, lucrei bastante em fazer amizades e conhecer pessoas maravilhosas. Em face de novos projetos culturais, dentre os quais a revista Revestrés e o programa Educa Piauí, informo aos caríssimos parceiros que concluo a minha participação no Salipi justamente nesta data emblemática de sua 10ª edição. E pensar que tudo começou inspirado, quem sabe talvez, nos versos antológicos do vate português: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.”

No mais, é deixar claro que estarei sempre pronto para ajudar, bem como abraçar fraternalmente todos que continuarão a tocar o Salipi a partir de 2013 (Cineas, Jasmine, Romero, Kássio, Edilva, Salgado, Sandra, Carla, Lana, Lucila, Karol e Silvana). Aos que tiveram de desembarcar da nau antes, por um motivo ou outro, fica aqui também o meu abraço e o reconhecimento pela contribuição dada ao evento (Nílson e Fifi). E, por último, agradecer de coração à equipe de jornalistas (Elizângela, Biá e Marina) pelo brilhante trabalho de divulgação do evento ao longo desses anos.

 

Wellington Soares